sexta-feira, 11 de abril de 2014

A bomba

Pensei em como classificar a vida, então surgiu esse pequeno texto.
"Uma bomba. Que a qualquer momento pode explodir em decorrência de uma pontada de ingratidão e desdém. A bomba explode e tudo se espalha. Você tenta juntar os cacos, quando consegue, vem a ventania e tudo dispersa. Mais uma vez você para e espera passar. Passou. Em meio aos cacos você vê alguns que acredita que não valem a pena ser recolhidos então você abdica. Abdica da felicidade em prol do politicamente correto. Abdica do amor em prol do dinheiro. Abdica do que te fazia humano. Avista então uma rocha. Imóvel. Dura. Sem emoções. Sem vida. Para e pensa, olha dentro de você. Há semelhanças. Lembra-se da ventania que te fez deixar alguns pedaços para trás. Mais uma vez o alfinete, dessa vez da decepção própria, faz a bomba explodir. Tudo se espalha e mais uma vez você espera e resolve se reconstruir. Pedaços são cautelosamente recolhidos e colados. Perante o ultimo resquício vem a tempestade e tudo destrói. Acabou. Pensamentos turvos e escuros tanto quanto o céu visualizado. Você deixa de viver e começa a sobreviver. Chove e chove. Passa um dia, dois, três, n dias... até que por um milagre (sim! eles existem) você vê uma luz no horizonte. Um despertar do sol. Você recomeça a construção. Peça por peça, pedaço por pedaço. Dessa vez ao findar a colagem você sente alegria. Resolve olhar em volta e vê um belo arco-íris. (Re)descobre as sensações que foram abdicadas junto com aqueles primeiros pedaços. Você vive. Volta a amar. Volta a ter alegrias. Pode, então, ser feliz."
Um dia, para cada um o arco-íris aparece, nem que seja por instantes. Instantes esses que devem ser aproveitados ao máximo.