sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Lanternas

O final do ano chega e de carona com ele vem todos os pensamentos clichês como "eu podia ter feito..." "devia ter falado...".
Apresento-lhes algo baseado nessa sensação.
Ps: houve a participação de algumas pessoas e seus respectivos relatos.
No Japão há uma tradição seguida por uma lenda, a das lanternas flutuantes. Os que seguem a tradição acreditam que as lanternas iluminarão o caminho dos seus entes queridos já póstumos. Também fazer flutuar significa desapegar-se. Porém não esquecendo o que foi bom e sim a dor, os sentimentos ruins.
Acredito que todos nós temos que fazer flutuar uma ou mais de uma lanterna. Despegar de amores, fracassos, passos errados, desapegar do "E Se?".
Façamos então flutuar lanternas.
Faria uma lanterna flutuar pelo fracasso, fracasso esse que vem consumindo tudo o que há de bom. Tentar caminhar sem olhar para trás porem sem esquecer o que tem que ser reparado.
Faria uma lanterna flutuar pela perda de entes queridos, uma lanterna pelas bobagens cometidas.
Faria uma lanterna flutuar por um amor parecido com fogo e a pólvora que consumiu tanto que no triunfo me fez morrer tanto quantos. Pela cegueira e conformidade de pessoas queridas.
Faria uma lanterna flutuar por tudo o que não foi mas poderia ter sido. Por ser velha demais pra cometer os erros dos quinze anos mesmo que agora eu ache vinte tão pouco. Faria uma lanterna flutuar pelos meus pedaços que a vida já levou e pelo desejo de que dessa vez de algum modo dê certo.
Faria uma lanterna flutuar pelo arrependimento, saudade dos tempos que não voltam mais. 
Faria uma lanterna flutuar e levar consigo os males trazidos ou que foram consequências nesse 2013. Males esses que muito aprisionam.